que surge em minha vida,
quando eu pensava que já a possuía.
Surge inóspita e febril,
ofuscando a outra
que, ínfima, se apaga.
Luz escaldante e sinuosa
cega-me pela intensa claridade
que produz.
Tortura-me com seus feixes radiantes,
queimando todo o meu ser
num lagar de Emoção.
Ó Luz singela
e pueril!
Por que te ofuscas-te?
Tentei manter-te acesa.
Mas a outra, iluminada e bela,
permaneceu em Reação.
Com seu brilho lastro e chamejante,
dominou minha certeza,
consumiu minha pureza,
até tirar minha Razão.
Luz fulgurante!
Levou-me à loucura.
Tirou minha ventura.
Desmantelou meu Coração.
Luz Enigmática!
Transformou-me num mero cavaleiro andante,
inebriado pelo desespero,
dilacerado pelo pesadelo
de amar uma Ilusão.
(Janea Dias, 2003)
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